Santa Casa de Araçatuba lança cartilhas para combater assédio moral e sexual
Documentos têm como principal objetivo melhorar ainda mais o ambiente de trabalho, o que vai refletir na qualidade do atendimento à população (Fotos: Divulgação)
Da redação Diego Alves
A Santa Casa de Araçatuba lançou as cartilhas “Código de Conduta & Integridade” e “Assédio Moral e Sexual no Ambiente de Trabalho”. As publicações são educativas e direcionadas ao combate de todas as formas de assédio, tanto moral quanto sexual, bem como ao estabelecimento de condutas pessoais voltadas à consolidação de um ambiente de trabalho seguro e respeitoso para todos os seus colaboradores.

As publicações foram elaboradas por uma equipe formada pela Diretoria de Recursos Humanos, Departamento Jurídico, Administração Hospitalar e Assessoria de Comunicação. Os conteúdos foram criados pela psicóloga organizacional Jéssica Cinti e pela diretora de RH Juliana Valdiviezo. A iniciativa faz parte de uma política organizacional mais ampla, destinada a promover a cortesia e o respeito entre os profissionais de saúde.
O administrador da Santa Casa de Araçatuba, Luiz Otávio Barbosa Vianna, explica que a ação é “educativa e preventiva”. “As cartilhas visam orientar as pessoas que atuam dentro do hospital sobre os limites das ações que podem ser caracterizadas como assédio, seja moral ou sexual”, afirma. Ele destaca também que a campanha alerta os colaboradores sobre comportamentos inadequados. “As cartilhas são um guia que define claramente as condições que caracterizam o assédio, deixando evidente que o hospital adota uma postura de zero tolerância a essas práticas”, afirma Vianna.
As cartilhas ajudam na uniformização e padronização do comportamento esperado dos colaboradores. “Servem como balizas: você deve se comportar dentro dessas linhas, e qualquer coisa fora disso pode ser caracterizada como assédio”, afirma o administrador ao explicar que “com tantos funcionários, não conseguimos monitorar cada um individualmente, então as cartilhas oferecem diretrizes claras”, acrescentou.
A diretora de Recursos Humanos da Santa Casa, Juliana Valdiviezo, reforça a importância da campanha e o motivo pelo qual a instituição decidiu adotá-la. “O que queremos é que o ambiente de trabalho seja caracterizado pela urbanidade, educação e tranquilidade para os nossos profissionais.
Eles já trabalham sob pressão, lidando com pacientes que sentem dor, têm pressa ou medo de um diagnóstico. Precisamos garantir que o profissional tenha um ambiente tranquilo para poder cuidar”, destaca.
Valdiviezo enfatiza também que a campanha é, antes de tudo, uma política organizacional que visa proporcionar aos colaboradores um ambiente de trabalho harmonioso e sem pressões indevidas. Para assegurar que todos compreendam o que constitui assédio, as cartilhas foram distribuídas pessoalmente pela psicóloga, que fez questão de estar com cada colaborador para tirar dúvidas e estabelecer o elo necessário à conscientização em relação ao acolhimento e à fonte receptora de denúncias, em caso de assédios.

A campanha vem em um momento em que a Santa Casa de Araçatuba está empenhada em fazer com que todos os seus colaboradores compreendam e respeitem as diretrizes estabelecidas nas cartilhas, que têm no título “Código de Conduta & Integridade” a base desses conceitos. A diretora de RH explica que, além da distribuição inicial para os atuais 1.760 funcionários, a cartilha também passou a ser entregue aos novos contratados durante o processo de integração. “Assim, quando o novo profissional é contratado, ele já recebe essas orientações”, explica Valdiviezo.
A psicóloga Jéssica Cinti destaca que a cartilha não é apenas um documento entregue aos colaboradores, mas uma ferramenta de educação continuada. “Nós planejamos as cartilhas já há algum tempo, e agora estamos distribuindo. O objetivo é conscientizar os colaboradores em relação às condutas dentro do hospital, incluindo as regras e as questões de assédio moral e sexual. Isso ainda gera muita dúvida entre os colaboradores, então usamos as cartilhas para conscientização”, afirma.
Como psicóloga organizacional, Jéssica desempenha um papel essencial na implementação e no sucesso da campanha contra o assédio. Sua responsabilidade vai além de distribuir o material; ela é uma facilitadora do diálogo e da conscientização sobre o tema. “Explicamos as obrigações e condutas, passando nos setores, orientando o pessoal e tirando dúvidas”, diz. Ela ressaltou que muitos colaboradores ainda confundem ordens de chefia com assédio moral, o que destaca a importância de uma comunicação clara e precisa sobre o que constitui comportamento inadequado.
As cartilhas detalham tanto o assédio moral quanto o sexual, fornecendo exemplos concretos de situações que podem ser consideradas assédio, como piadas inapropriadas ou mensagens com segundas intenções. “Orientamos os colaboradores a lerem a cartilha e procurarem atendimento psicológico, se necessário. Eles podem falar comigo diretamente, com a chefia, ou usar a ouvidoria”, explicou.
Canais de denúncias
Como parte da ação, a Santa Casa de Araçatuba intensificou a divulgação de canais de denúncias de assédio. O Serviço de Ouvidoria é a porta de entrada e está preparado para receber queixas de assédio. O Serviço de Psicologia Organizacional também está habilitado para receber as denúncias e acolher os denunciantes. “Os casos que chegarem por esses canais serão levados à administração, que direcionará as medidas a serem tomadas, que vão desde a suspensão ou outras punições cabíveis, até mesmo uma justa causa, se for o caso”, informa Valdiviezo.
A existência de um canal para denúncias bem definido é fundamental para garantir que os colaboradores se sintam seguros para relatar casos de assédio sem medo de retaliações. Essa abordagem promove um ambiente de trabalho mais seguro e acolhedor e fortalece a cultura organizacional baseada em respeito e dignidade.

Investimento contínuo
O lançamento das cartilhas e a estruturação do canal para denúncias na Santa Casa de Araçatuba são considerados pelo administrador hospitalar como “um passo fundamental em direção à implementação de uma política de compliance mais ampla”. Vianna acredita que, embora o hospital ainda não tenha todas as ferramentas de compliance em vigor, a iniciativa de combate ao assédio representa um avanço importante.
“Acredito que essa ação é um passo importante nesse sentido. Começar com a relação entre a organização e seus colaboradores é um bom começo, e isso já está bem claro”, afirmou.
Tanto a diretora de RH quanto a psicóloga esperam que as cartilhas e as ações educacionais associadas a elas produzam melhorias no ambiente de trabalho da Santa Casa, fator que também reflete no atendimento aos pacientes. “Queremos que todos os nossos colaboradores tenham tranquilidade e confiança nessa política, e que tratem seus colegas de forma mais respeitosa e calma. Isso faz parte da nossa missão como instituição”, concluiu Juliana Valdiviezo.







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