Samanta expõe caos deixado por Maffeis: dívidas milionárias, saúde e transporte em colapso e cofres vazios
Foto: Diego Alves/Birigui Notícias da Hora
Da redação Diego Alves
A prefeita de Birigui, Samanta Borini, convocou nesta segunda-feira (06), a imprensa para apresentar um panorama da situação financeira e administrativa herdada do ex-prefeito Leandro Maffeis. A coletiva revelou desafios significativos em diversas áreas, especialmente saúde, finanças e gestão de recursos. Participaram da coletiva o secretário de saúde Roque Bonfim além do vice-prefeito e, um dos braços do setor administrativo da gestão Marcelo Parizati.
Saúde em estado crítico
Segundo Samanta, 17 veículos da Secretaria de Saúde estão quebrados, deixando pacientes sem transporte para atendimentos em outras cidades desde 12 de dezembro de 2024. Para solucionar o problema, um decreto autorizou o uso de veículos de outras secretarias, garantindo que os 52 pacientes diários que dependem desses serviços não fiquem desassistidos.
“Desde que assumimos, conseguimos reorganizar o transporte, mas teremos que continuar usando veículos de outras áreas por pelo menos 90 dias enquanto realizamos os reparos necessários. Se não conseguirmos consertar todos os veículos nesse período, o prazo será estendido”, afirmou a prefeita.
Sobre a Santa Casa, Samanta destacou a gravidade da crise: uma dívida de R$ 55 milhões, incluindo fornecedores e questões trabalhistas, foi identificada. Leitos estavam fechados, mesmo com pacientes precisando de internação. Sob intervenção municipal, o novo interventor, Fernando Gonçalves Silva, reabriu os espaços e reforçou o atendimento do SUS, que representa 80% dos serviços prestados pela instituição.
Crise financeira generalizada
A prefeita também detalhou os desafios financeiros enfrentados pela cidade. A dívida total de Birigui ultrapassa R$ 180 milhões, dividida entre folha de pagamento (R$ 12 milhões), fornecedores (R$ 100 milhões) e passivos de longo prazo (R$ 80 milhões).
Além disso, houve um frustrante repasse de ICMS: a expectativa era de R$ 1,5 milhão, mas apenas R$ 150 mil foram recebidos.
Para enfrentar a crise, a Secretaria de Finanças escalonará o pagamento dos funcionários públicos, priorizando os salários mais baixos a partir de 8 de janeiro. Uma comissão será formada para avaliar o passivo financeiro e propor medidas de contingenciamento.
“Estamos sendo transparentes e tomando medidas emergenciais para adequar o fluxo financeiro, sempre com o objetivo de minimizar o impacto na vida dos servidores e da população. A situação é crítica, não temos dinheiro para pagar os pagamentos dos funcionários”, afirmou Samanta.
Impactos das exonerações
No final da gestão Maffeis, uma série de exonerações de cargos comissionados foi realizada. Todos os exonerados receberam seus acertos e pagamentos, deixando os cofres municipais sem recursos para pagar os servidores concursados, que seguem sem previsão para receber seus salários.
Manutenções e serviços essenciais
A gestão atual também está reorganizando manutenções para causar o menor impacto possível aos moradores.
“Nossa prioridade é reorganizar a cidade e garantir que os serviços essenciais não parem”, concluiu Samanta.
A nova administração já enfrenta um cenário desafiador, mas afirma estar comprometida com a transparência e o reestabelecimento do equilíbrio administrativo e financeiro de Birigui.