Artigo Reflexão: “Proximidade gera percepção”

“Levanta-se, Jerusalém! Que o seu rosto brilhe de alegria, pois já chegou a sua luz! A glória do Senhor está brilhando sobre você”. Isaías 60.1 NTLH
Por: Rev. Adi Éber Pereira Borges
Após nove deliciosos anos pastoreando a mesma comunidade de fé, posso dizer que conheço bem o suficiente a grande maioria das pessoas que a formam para ter algumas percepções; sei, só de olhar, quando estão bem e quando estão enfrentando alguma dificuldade. Não há como esconder do olhar e percepção pastoral o sentimento de angústia.

A maioria compartilha comigo suas dores e suas alegrias, permitindo assim, que busquemos juntos caminhos de superação e celebração, oração e orientação divina; o aprendizado é sempre mútuo. Outros preferem o silêncio e a ocultação de seus dramas; está tudo bem, eles também têm o meu total respeito, nem tudo é fácil de se falar e abrir.
Três questões saltam diante disso: A observação e o olhar pastoral sempre estarão atentos por causa do carinho e amor que tem por suas ovelhas; O partilhar dos dramas sempre estará guardado dentro do senso de confidencialidade e confiança; As ações pastorais estarão sempre à disposição daqueles e daquelas que se sentirem livres e a vontade para requerê-las. Nessa relação, nada pode ser forçado e imposto, mas de boa vontade.
Séculos antes, o profeta Isaías havia pronunciado a Jerusalém e a seu povo a chegada da Luz que iluminaria o mundo, traria a paz e restauraria a alegria. A manifestação divina viria agora através do Seu Cristo, o Messias prometido. Deus iria aparecer nesse mundo através do Seu Filho Unigênito e esse traria a salvação, mas era preciso estar atento, preparado e próximo para percebê-lo e identificá-lo.
Deus, em suas ações, intervenções e providências, estará sempre à disposição para acolher, abraçar e cuidar de todas as pessoas que o quiserem e Dele se aproximarem, independente de qualquer coisa, situação ou circunstância; Deus não faz acepção de pessoas.

Pelo relato dos evangelhos e, em especial, o de João, nos parece perceptível que muita gente não percebeu, e muito menos reconheceu o Cristo enviado por Deus. Não porque Ele estivesse disfarçado, imperceptível e inacessível, mas porque o povo estava distante, distraído com as coisas mundanas e ocupado em julgar uns aos outros ao invés de amar.
Deus continua se manifestando a nós; dizemos sempre que Jesus Cristo está no meio de nós, participamos de sua Ceia e comungamos de sua Eucaristia. Mas, de fato, estamos próximos Dele a ponto de perceber sua presença e o reconhecermos? De verdade, temos confiado a Ele os nossos dramas, dilemas e angústias? E nossos sonhos, projetos e expectativas?
Somos convidados e convidadas a professar publicamente nossa fé e confirmar nosso pacto batismal.
Rev. Adi Éber Pereira Borges†
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