Artigo Reflexão “A Voz do céu: eu te perdoo”

“Não te lembres dos meus pecados da mocidade, nem das minhas transgressões. Lembra-te de mim, segundo a tua misericórdia, por causa da tua bondade, ó Senhor”. Salmo 25.7
Por: Rev. Adi Éber Pereira Borges
“Quem não tem pecados atire a primeira pedra” já dizia Jesus; penso que Ele não estava validando nossos erros, mas nos dando a chance de usar de misericórdia, sensibilidade e perdão junto de nossos irmãos e irmãs.

Viver o tempo da Quaresma como tem que ser, também nos permite trilhar o caminho do aprofundamento interior; é preciso olhar para dentro de nós mesmos, ir afundo, sem medo, com honestidade e iluminados pela luz de Cristo, descobrir nossos erros, falhas e fraquezas. Claro, isso precisa ser feito sempre, o tempo todo, mas, Deus inspirou a Igreja a preparar na sua caminhada litúrgica um tempo específico em que, didaticamente, pudéssemos treinar a nós mesmos para esses momentos introspectivos de conscientização e arrependimento. O Tempo está roxo!
Creio que estava roxo também para o salmista. Talvez coberto de vergonha e cheio de hematomas roxos em sua alma e, por que não, também em seu corpo? Ele se lamenta, corre em humildade até a presença divina e lá clama por misericórdia e perdão.
O salmista havia cometido más ações quando jovem; nessa idade ainda somos, na maioria dos casos, imaturos, mas cheios de vitalidade e, por isso, cometemos muitos erros. Talvez movido pela sensação de que tudo sabe e tudo pode, o salmista tenha agido por impulso e cometido muitos pecados. Mas esses pecados impediriam suas orações e súplicas de chegarem até Deus agora? Deus está sempre disposto a ouvir com atenção e acolhimento a pessoa pesarosa e penitente.
Além disso, havia as transgressões do tempo presente; não são apenas os pecados da mocidade, mas também os erros da idade avançada. Então, o salmista implorou que Deus fosse misericordioso e o perdoasse de todos os pecados, os antigos e os novos, não lhe permitindo que caísse diante dos inimigos. Deus é bom e reto!

Como o salmista eu também sou assim, talvez você também seja, só precisamos reconhecer de verdade nossos pecados. Ahh… Quantos erros eu cometi no passado, alguns eu me lembro muito bem; demorei um tempo para entender e reconhecer que estava errado, quando isso aconteceu chorei, lamentei e implorei por perdão; não tenho certeza se algumas pessoas me perdoaram, mas eu tenho certeza que Deus me perdoou.
Ainda hoje, já na plena idade adulta e exercendo a minha vocação, confesso que ainda tenho meus erros, minhas falhas, minhas fraquezas e cometo meus pecados. Ainda ofendo algumas pessoas e me entristeço profundamente com isso, por isso careço de perdão e misericórdia.
Sabe, o perdão é libertador. Por isso, não tenha vergonha de pedir perdão e não tenha medo de dar o perdão. Vivamos a Quaresma!
Rev. Adi Éber Pereira Borges†
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