Artigo Reflexão “Deus nos quer perto dele”

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Por: Rev. Adi Éber Pereira Borges
“Quem, Senhor, habitará no teu tabernáculo? Quem há de morar no teu santo monte?”. Salmo 15.1
Sim, eu confesso, tenho problemas com a casa, ainda mais com a casa vazia. Não me sinto nada bem em ficar “trancafiado” dentro de uma casa por um período de tempo. Por isso, sou um homem da rua, do tempo, de fora. Nem chuva, nem sol, nem frio e nem o calor me seguram dentro de casa.

Também confesso que tenho grandes dificuldades em ficar sozinho. Não que eu sofra de solidão; ainda não; e espero nunca sofrer desse mal, mas os momentos que tenho que ficar sozinho são sempre angustiantes e pavorosos. Fui feito para o relacionamento, para estar com outras pessoas, para ter companhia, ter com quem conversar. Horas quero falar, outras quero só ouvir, o mais importante é ter alguém perto de mim. Nasci para estar com pessoas.
Talvez eu seja semelhante a Deus (Gn 1.27), mais na segunda questão do que na primeira; Ele quis que o povo construísse uma tenda (tabernáculo), que mais tarde, quando o Salmo em epígrafe foi escrito, passou a ser templo feito de alvenaria e com caráter “permanente”. Tanto o tabernáculo (temporário) como o templo (definitivo) representariam e significariam a presença de Deus junto do povo.
Deus sempre quis estar perto do ser humano, de seus filhos e filhas. Deus sempre tomou a iniciativa de conversar, estar perto, fazer companhia e se relacionar com a humanidade (Gn 3.8). Deus também não gosta e não aprova a solidão, o abandono e a rejeição; sendo um Ser relacional, nos fez assim também.

Mas, aí vem o salmista e pergunta ao Senhor, quem habitará no Sua casa? E eu já confessei que tenho problema com a casa, então, essa pergunta, de certa forma, me incomoda. Não querendo ser intransigente, fui pensar sobre o assunto.
O salmo foi escrito na época do segundo templo, ou seja, já havia uma casa definitiva, entretanto ela foi destruída e reconstruída mais tarde, ficando conhecida como segundo templo. Mas, por que o salmista prefere usar o termo “tabernáculo” então? R. N. Champlin, em seu comentário, explica que “o assunto tratado aqui não é viver de forma permanente no templo, conforme faziam os sacerdotes, em cabines laterais”. Ele continua sua explicação dizendo que a palavra hebraica correspondente ao português habitará seria melhor traduzida por “residente temporário”, como se fosse um hóspede.. Assim é que temos a palavra “tabernáculo” para corresponder a essa ideia.

O que importa no final, é que Deus nos quer em Sua casa e perto Dele. Assunto resolvido de forma satisfatória; temos uma casa para estar, porém, não precisamos ficar nela o tempo todo, e temos companhia de Deus e dos irmãos e irmãs que comungam conosco.
Deus está junto de nós e nos aceita em sua casa, e assim pode nos orientar com suas palavras.
Rev. Adi Éber Pereira Borges†