Artigo Reflexão: “Não tenha medo e vergonha de amar”
Por: Rev. Adi Éber Pereira Borges
Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, pela graça sois salvos…” Efésios 2.4-5
Esta semana eu recebi duas grandes caixas e uma sacola cheias de livros que simplesmente iriam ser jogados fora. Alguém achou que eles não teriam mais nenhuma serventia. Até por conta da contaminação do mundo tecnológico e virtual, entendeu-se que não há mais necessidade de tê-los impresso.
Ainda bem que uma boa alma teve misericórdia e sabendo do meu apreço por livros, me fazendo um favor, destinou as encadernadas letras do saber ao meu escritório. Recebi com alegria, mesmo que o escasso tempo ainda não me permitiu desencaixotá-las.
Na mesma proporção, há pessoas que se acham desprezíveis ou acham outras pessoas desnecessárias apenas por conta de suas idades, condição social, aparência física ou por causa de erros cometidos. Mas eu tenho uma boa notícia, Deus não pensa e não age assim.
Assim como aquela boa pessoa teve misericórdia dos livros trazendo-os a mim, diz o Apóstolo que Deus é rico em misericórdia em relação a nós. E mesmo atolados em nossos erros, estragados por nossas próprias escolhas, quase sem utilidade, Deus, por sua graça (favor imerecido) devolveu-nos a vida e ainda nos deu a chance de sermos úteis na missão e na vida.
Deus nunca teve vergonha alguma de amar a humanidade inteira; grande é o seu amor por mim e por você. Então, por que ter vergonha de nos amar e amar as outras pessoas? Nesse caso, precisamos ser sem vergonhas e amar intensamente; dizer e mostrar em ações que nos amamos.
Não merecíamos o amor de Deus, mas por causa de sua graça Ele nos amou e nos salvou dando-nos a oportunidade de viver a eternidade junto Dele. Foi por graça e não merecimento. Como afirmou o Rev. Rubens Thomaz de Aquino em seu livro Pregue a graça de Deus – “A coerência nos assegura: É graça imerecida! Nada se faz ou se paga para obtê-la. Jamais foi concedida por meritocracia aos super espirituais. Caso assim fosse, deduziríamos a existência de uma possível aquisição meritória, ou mediante pagamento, e não mais seria uma “graça” de graça, mas, sim, uma “graça adquirida”.
Assim também, não devemos requerer das outras pessoas o merecimento do nosso amor, mas como gratidão ao amor, à misericórdia e à graça de Deus podemos sem medo e vergonha oferecer o nosso amor ao próximo.
Nessa quarta semana da Quaresma, somos convidados e convidadas a nos esforçar em seguir o exemplo de Deus e do seu Cristo e trilharmos o caminho do amor olhando um pouco mais para o nosso semelhante. E sem esperar nada em troca agir em favor do outro e da outra.
Rev. Adi Éber Pereira Borges†
Aquino, Rubens Thomaz de – Pregue a graça de Deus – p.233
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