Artigo Reflexão: “Onde tudo Começou”
Por: Rev. Adi Éber Pereira Borges
“E, enquanto comiam, tomou Jesus um pão e, abençoando-o, o partiu e lhes deu, dizendo: Tomai, isto é o meu corpo”. Marcos 14.22
Não sei se você, de fato, acredita nos relatos dos evangelhos como fonte divinamente inspirada e em Jesus Cristo como o Filho Unigênito de Deus, mas conforme esses relatos, esse mesmo Jesus gostava muito dos encontros ao redor da mesa. Ao lermos os evangelhos encontramos por diversas vezes o Cristo reunido, hora só com os seus discípulos e discípulas mais chegados, hora com mais gente, inclusive com pessoas que eram excluídas da sociedade e em outras ocasiões até os seus algozes escribas e fariseus.
A mesa se tornou símbolo de partilha da vida; nela se partilha o alimento, a companhia uns dos outros, o diálogo, as experiências cotidianas e a própria espiritualidade. Não foi a toa que Jesus escolheu a mesa para começar a Igreja e instituir a memória da sua morte e ressurreição. Ele até poderia ter feito isso lá no monte onde fez alguns sermões, poderia também ter feito em algum palco de show no centro de Nazaré ou quem sabe numa praça em Jerusalém, mas não, Ele escolheu a mesa da comunhão.
Sem abandonar a sua identidade e aproveitando rigorosamente a tradição, Jesus reuniu os seus discípulos e suas discípulas em torno da mesa para celebrar a Páscoa e foi justamente nessa encontro que Ele deu início e colocou em prática o projeto de ter aqui na terra um organismo vivo e dinâmico que serviria para reunir em comunhão e unidade os seus seguidores e seguidoras. Esse grupo reunido, ao longo da história também seria a agência que daria continuidade à Sua missão de levar a paz, o amor e a salvação por meio da graça divina aos quatro cantos da terra.
Ali, em torno da mesa, partilhando o alimento espiritual (Palavra de Deus), o alimento físico (pão e vinho) e a comunhão (vida) é onde tudo começou. “Continuem fazendo isso em memória de mim”, por isso não devemos desprezar ou relegar a algum canto ou o fundo do altar quase enfiando para dentro da parede a Mesa da Comunhão, ela deve estar no centro. A Mesa é símbolo da nossa comunhão e união com Cristo, no Cristo e com o nosso irmão e nossa irmã. Quem faz diferente disso, mostra toda a sua individualidade, egoísmo e isolamento; já receberam sua recompensa.
Por esses dias, vivi uma das mais belas experiências. Na mesa residencial estava o bule com café, alguns pedaços de bolo; eram o bastante para uma deliciosa conversa entre amigos. Um início de noite maravilhoso, pois ali, na simplicidade partilhamos a vida e a comunhão entre nós. Logo após, no quarto da pessoa acamada e supostamente alheia à vida, Deus nos mostrou o milagre; uma emoção indescritível pairou no ar ao perceber que com o mexer dos olhos e o balançar da cabeça a pessoa interagiu conosco; ela estava ali na comunhão.
Rev. Adi Éber Pereira Borges†
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