Ex-assessora faz denúncia formal contra o vereador Damião Brito por suposta “rachadinha”
Foto: reprodução
Da redação Diego Alves
Uma mulher de 32 anos, ex-assessora do vereador Damião Brito (Rede Sustentabilidade), de Araçatuba (SP), denunciou formalmente o vereador à Câmara Municipal, pela suposta prática de “rachadinha”, coação, abuso de poder e possível prática de improbidade administrativa.

A denunciante alega que foi forçada a devolver parte de seu salário e do ticket alimentação enquanto atuou como chefe de gabinete do parlamentar, entre 5 de setembro e 6 de outubro de 2025.
A denúncia foi enviada nesta segunda-feira (27), via e-mail, endereçada à presidente da Câmara, vereadora Edna Flor (Podemos), e detalha um suposto esquema de apropriação indevida de recursos públicos. Segundo a ex-assessora, o vereador teria omitido o real valor do salário para o cargo, de aproximadamente R$ 13 mil, e oferecido remuneração mensal de R$ 2,5 mil.
Na denúncia, a ex-assessora cita que um dos procuradores da Câmara, teria testemunhado uma ligação telefônica na qual o vereador Damião Brito a dispensou do cargo.
Segundo o documento, o procurador teria ouvido toda a conversa, incluindo o momento em que a então assessora confrontou o parlamentar sobre as supostas exigências ilícitas. Desta forma, segundo a denunciante, o procurador poderia testemunhar no processo.
A ex-assessora solicita o recebimento e processamento da denúncia, com imediata abertura de procedimento investigativo.
A denunciante também solicita que todos os assessores, chefes de gabinetes e ex-servidores vinculados ao gabinete do vereador em 2025 sejam intimados a prestar depoimentos, para contribuir com o esclarecimento e confirmação dos fatos.
A ex-assessora pede ainda a cassação imediata do mandato do vereador, o encaminhamento do caso ao Ministério Público do Estado de São Paulo para investigação, a declaração de inelegibilidade do parlamentar e o ressarcimento dos valores supostamente desviados.
Por temer represálias, ela solicita que seus dados pessoais sejam mantidos em sigilo, e requer que o resultado da investigação na Câmara seja publicado, para garantir a transparência e moralidade.

APURAÇÃO
O corregedor parlamentar da Câmara, vereador Luís Boatto (Solidariedade), já apura o caso, que foi levado à presidência do Legislativo, na primeira semana de outubro, por uma servidora do Departamento de Recursos Humanos, a partir de um relato, via whatsApp, quando a ex-assessora expôs o caso ao questionar os seus direitos rescisórios.
BOLETIM DE OCORRÊNCIA
A ex-assessora do vereador Damião Brito registou boletim de ocorrência no dia 16 de outubro, relatando o suposto esquema de “rachadinha”, além de outras acusações contra o vereador.
A mulher procurou a Polícia Civil de Birigui, e relatou que foi chamada pelo vereador para trabalhar como chefe de gabinete. Ela conta que realizou a entrevista de emprego, na qual foi informada que seu salário seria de R$ 2.500,00 mensais, com jornada de trabalho das 08h às 17h30min.
Ela conta ainda que iniciou suas atividades normalmente, mas ao tentar abrir uma conta bancária para receber o salário, a gerente do banco a informou que seria necessário agendar o saque, pois o valor era alto e não havia o montante disponível imediatamente. A mulher disse que ficou surpresa e perguntou o motivo, momento em que a gerente revelou que o salário informado na conta era de R$ 13.000,00.
Ela relata que passou mal e saiu do banco. Retornando ao gabinete, aguardou o vereador e o chamou para conversar. Ela disse ao vereador que soube o valor real do salário e que não poderia receber apenas R$ 2.000,00. O vereador, então, teria se exaltado e afirmado que, mesmo que o salário fosse R$ 50.000,00, o dinheiro era dele.
Ela então disse ao vereador que ele não foi claro durante a entrevista e que, se tivesse sido informada dessa situação, não teria aceitado o cargo.
O vereador então teria proposto um acordo dizendo: “Então vamos fazer assim, não é o certo, mas vamos fazer. Você fica com os dois mil e o ticket de alimentação, e o restante você me entrega.” A mulher então aceitou e entregou o valor restante por receio de sofrer alguma retaliação.

ARMA DE FOGO
A ex-assessora relata também que a arma do vereador ficava sobre a mesa dele e, que ele coagia todos os funcionários do gabinete e exigia que entregassem o salário e o ticket de alimentação, ficando cada um apenas com a quantia que ele permitia.
Ela afirma que após a conversa, o vereador exibiu um vídeo de Marcola, líder do PCC, para a intimidar, afirmando ser primo do criminoso, o que a deixou amedrontada.
Depois desse episódio, ela disse que ficou doente e foi afastada do trabalho por 10 dias, com atestado médico.
Durante esse período, ele teria ido até a portaria do condomínio onde ela mora para receber o dinheiro, mesmo com a ex-assessora apresentando o atestado médico.
Ao retornar ao gabinete para trabalhar, no final do dia, o vereador ligou para ela informando que seria exonerada, pois, segundo ele, ela não tinha o perfil adequado para o cargo, já que não aceitava as condições impostas.
Após ser exonerada, a ex-assessora mandou diversas mensagens para o vereador dizendo que ela queria o dinheiro de volta e diversas outras mensagens na hora da raiva. Foi quando a mulher do vereador, teria mandado mensagem dizendo que fez um fake, e que ela tinha prova que era a ex-assessora quem fez o suposto fake, dizendo: “não faz eu ir ai agora não. Você está mexendo com gente grande’’.
No dia 07 de outubro, a ex-assessora entrou em contato com o setor de Recursos Humanos (RH) para saber sobre seus direitos. Após expor a situação, o RH apenas respondeu que sentia muito, sem oferecer suporte. Ela então desabafou sobre o que ocorria no gabinete. O RH visualizou todas as suas mensagens e disse novamente que sentia muito.

VEREADOR
O vereador se manifestou através de nota: Leia na íntegra:
“Sobre os fatos noticiados na imprensa envolvendo o nome do vereador Damião Brito, afirmamos que o parlamentar está seguro da correção de seus atos em prol da comunidade de Araçatuba. O caso em questão envolve ex-assessora que trabalhou no gabinete do vereador por cerca de um mês, mas não se adaptou e, por isso, foi exonerada. Aparentemente, a servidora ficou insatisfeita com sua exoneração, o que é natural, mas tal insatisfação não pode motivar nem justificar denúncias vazias, sem nenhum indício de prova, simplesmente por vingança, para macular a imagem de quem a exonerou. Aliás, não houve sequer denúncia formalizada. O vereador Damião Brito está certo e confiante de que o caso será esclarecido e de que a verdade prevalecerá”.
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