Polícia investiga se ex-diretora teve papel em denúncia contra professora em creche de Birigui

Centro Educacional Infantil ‘Dionísia Miragaia Carmine’ em Birigui (SP) — Foto: Reprodução/TV TEM
Da redação Diego Alves
A Polícia Civil de Birigui apura se a denúncia de tortura feita contra uma professora de creche municipal teria sido motivada por uma disputa política interna. A educadora, afastada de suas funções na última terça-feira (8) por decisão judicial, é suspeita de praticar maus-tratos contra ao menos quatro crianças, com idades entre 4 e 5 anos.
Em coletiva nesta quinta-feira (10), o delegado Ícaro Oliveira Borges afirmou que, além da possível prática de tortura, também será investigada eventual omissão de pessoas que poderiam ter agido ao tomar conhecimento dos fatos. Apesar de relatos que apontam influências políticas por trás da denúncia, não há, até o momento, investigação formal contra agentes públicos fora do setor da educação.

O caso ganhou contornos mais complexos após surgirem informações de que a ex-diretora da unidade, exonerada dois dias após a denúncia chegar à Polícia teria atritos com a professora investigada. Há suspeitas de que pais de alunos possam ter sido incentivados a denunciar a docente com o intuito de prejudicá-la, o que pode configurar fraude.
A professora afastada é concursada desde 2009 e casada com um secretário-executivo da atual gestão municipal. Já a ex-diretora também é servidora efetiva como professora, mas ocupava cargo comissionado de diretora, cargo dado pela gestão do ex-prefeito Leandro Maffeis. Seu desligamento, em 27 de junho, gerou protestos de funcionários e pais de alunos, que cobraram justificativas da Prefeitura.
Em nota, o município informou que abriu sindicância interna assim que recebeu a denúncia anônima, e negou que a relação da professora com o secretário-executivo tenha influenciado nas decisões administrativas. Questionada sobre o andamento da sindicância, a Prefeitura afirmou que o procedimento está em fase de instrução e que o Ministério Público já foi comunicado.

Sobre a possibilidade de transferir a professora para outra unidade, o Executivo argumentou que, como a denúncia foi anônima e ainda está em apuração, não houve necessidade de afastamento preventivo naquele momento. A possível omissão por parte da ex-diretora também está sendo investigada. As aulas seguem normalmente na creche, que respeitará o período de recesso escolar.
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