Artigo Reflexão: “Sem amor, um gongo barulhento”

“E eu passo a mostrar-vos ainda um caminho sobremodo excelente. Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine”. 1 Coríntios 13.1
Por: Rev. Adi Éber Pereira Borges
Eu tenho escutado muito barulho. Nós, seres humanos, temos a tendência de fazer muito barulho e algazarra. Sinos tocam, mãos são levantadas, selfies tiradas, pintam-se quadros inexistentes, maquiam rostos entristecidos e amargurados, vestem corpos desnutridos e alimentam uma fé vazia e com segundas intenções. Qual era a motivação mesmo?

Viver a vida sem amor é viver fazendo barulho. Talvez seja por isso que Cristo insistiu tanto em nos falar, nos ensinar e nos mostrar o amor. Talvez seja por isso que ele nos amou intensamente, Ele não queria fazer barulho, mas quer nos ajudar de fato e nos salvar de tudo que nos faz mal.
Parece que, ao dizer que passa a mostrar-nos um caminho sobremodo excelente, o apóstolo Paulo, sugere que há caminhos para percorrer e que precisaremos escolher em qual deles iremos fazer nossa jornada da vida. Segundo as palavras apostólicas o melhor e mais excelente caminho é o do amor, ou seja, o amor é a pavimentação desse trajeto, é nele que devemos colocar nossos pés; o amor será a base de sustentação, nele os pés continuarão firmes e limpos.
Em sua argumentação, Paulo nos diz que tudo, simplesmente tudo, o que falarmos (línguas e profecias), o que pensarmos (conhecimento, ciências e fé) e o que fizermos (distribuição de bens e martírio) se não tiver o amor como base, intenção e motivação serão apenas gongos barulhentos.
Nos caminhos da vida, há um emaranhar de pensamentos e desejos. Incógnitas que permeiam a mente e criam a motivação que fazem morada na base do coração. Todas elas podem e devem estar intimamente misturadas e homogeneizadas com o amor; todavia, precisamos ter clareza que amamos flertar com os descaminhos e nos encontrar nas encruzilhadas com as segundas e terceiras motivações criando ruídos estrondosos capazes de obscurecer, e até mesmo, destruir as ações amorosas.

Mas nem tudo se perde mediante o olhar e as percepções do verdadeiro amor. O mesmo Apóstolo compreende que o amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta; se por um lado há aqueles que realizam por interesse próprio e sem amor deixando as coisas vazias de sentido, por outro, sempre haverá aqueles que, por amor, desempenharão papel importante na transformação das situações.
O amor tem seu agir e tempo peculiares, muitas vezes não o entendemos, pois, ele é capaz de aceitar, esperar, crer, suportar mesmo que sofra. Mesmo que tudo fique em silêncio, é melhor ser motivado pelo amor.
Rev. Adi Éber Pereira Borges†