Artigo Reflexão: “Aceitação”
Por: Rev. Adi Éber Pereira Borges
“Despertado José do sono, fez como lhe ordenara o anjo do Senhor e recebeu sua mulher. Contudo, não a conheceu, enquanto ela não deu à luz um filho, a quem pôs o nome de Jesus”. Mateus 1.24-25
Ele me falou que “não adiantava chorar pelo leite derramado”, já havia acontecido e não haveria formas de voltar atrás. A questão agora era: o que fazer daí para frente? Qual atitude tomar?
Um pouco mais tarde, tentando retomar o assunto e, ainda sem se dar por satisfeito, ouviu dele que “o que não tem remédio, remediado está”. Buscava-se fazer entender que não havia mais o que fazer; não há mais solução; não gaste mais energia com isso.
Essas duas expressões populares estão carregadas com a ideia titular de nossa reflexão de hoje, ou seja, a percepção de que algumas coisas precisam ser aceitas como estão. Nesse caso num olhar negativo e pessimista, ou ainda, uma forma passiva da aceitação; há questões e situações que não se têm como resolver e nem como voltar ao estágio inicial, já aconteceu e a solução não está em suas mãos.
Mas dentro da ideia da aceitação, convidamos você a ter um olhar positivo e uma percepção ativa no que se refere à nossa relação com o outro e a outra. Principalmente quando essa relação tem a ver com a paternidade e agimos nessa proposição, temos a chance de viver melhor e em paz.
Levando em consideração a época, a cultura e a religião, José, orientado pelo anjo, aceitou Jesus como seu filho. Não se importando com o que deveriam enfrentar e muito menos como seria Jesus e suas escolhas e vida, ele aceitou seu filho incondicionalmente. Naquilo que estava ao seu alcance, cuidou, educou, sustentou e, o mais importante, amou profundamente.
De outro lado, Jesus aceitou José como seu pai. Em nenhum relato dos evangelistas e em nenhum documento extra bíblico encontramos negação ou desprezo de Jesus em relação a José. É verdade que, conforme foi crescendo, Jesus tomou consciência da humanidade, fraquezas e fragilidades daquele homem, mas isso não o impediu de amá-lo e aceitá-lo como seu pai terreno legítimo.
Olhando esses exemplos, não seria mais proveitoso se aceitássemos uns aos outros como são? Com isso, não queremos colocar “panos quentes” sobre os erros cometidos, mas apesar deles, o pai continua sendo pai e o filho e a filha continuam sendo filho e filha.
Na música “Pais e Filhos” os poetas da Legião Urbana expressam algo que serve para os dois lados da relação quando dizem: “Você culpa seus pais por tudo, e isso é absurdo”. As vezes são os pais que culpam os filhos por tudo, e também é absurdo.
Os pais precisam ser aceitos como são, assim como os filhos e filhas também precisam ser aceitos e aceitas como são.
Rev. Adi Éber Pereira Borges†
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