Artigo Reflexão: “Ouvir e praticar, um ótimo hábito”
Por: Rev. Adi Éber Pereira Borges
“Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos”. Tiago 1.22
Muito se tem falado sobre a necessidade de ouvir. Há uma carência muito grande nesse mundo, de pessoas que deliberadamente estejam dispostas a escutar. Não é fácil ouvir, tanto isso é verdade que, ouvir já é considerado por muitos uma arte, no sentido de que a arte em suas diversas expressões não é para muitos, mas para aqueles e aquelas que têm vocação e habilidades para tal. Assim também se reconhece a arte da escuta, são poucas pessoas que desenvolveram essa habilidade.
Por outro lado, cresce cada vez mais o número de pessoas que necessitam de alguém que as escute; talvez esteja aqui, mas é apenas uma elucubração, o motivo do grande aumento de casos de depressão, tristezas profundas, isolamentos e até mesmo suicídios. É preciso ouvir as pessoas como se não houvesse amanhã.
Tiago, supostamente irmão de Jesus, escrevendo às suas comunidades expressou a necessidade de ouvirmos com atenção a Palavra de Deus, isso é o mesmo que dizer que Deus está a falar e a se comunicar conosco e é preciso escutá-lo. Depois de escutar, compreender e internalizar o que Ele nos disse, devemos colocar em prática seus ensinos e homilias.
Praticar na vida cotidiana as boas orientações divinas é um imperativo para aqueles e aquelas que professam a fé cristã. Mas como praticar se não ouviram? E como vão ouvir se não adquirirem o hábito e a disposição para identificar a voz de Deus? É preciso cultivar esse bom hábito.
Muito se fala em amor, a tal ponto que a palavra amor ficou extremamente desgastada, mas talvez estejamos vivendo num tempo em que menos se vive o amor na prática; tudo isso porque falamos demais, ouvimos de menos e praticamos quase nada.
Esse era um dos grandes dramas de Tiago, as pessoas falavam muito que tinham fé, mas não tinham boas obras. Mas no seu entendimento, inspirado pelo Espírito Santo, disse que fé sem as obras é uma fé morta, e por isso foi contestado por alguns teólogos, um, inclusive, muito famoso.
Se não formos misericordiosos e não ajudarmos a quem necessita nos fazemos mentirosos, mas antes de ajudá-los é preciso ouvi-los para saber qual é a sua real e mais profunda necessidade. Com a Palavra divina a dinâmica se repete, é preciso praticá-la, mas se não a ouvirmos antes com disposição de entender, poderemos cair em grande enganos.
Se tornarão cada vez mais elegantes as pessoas que cultivarem o bom hábito da escuta. Serão agentes do bemviver e da fraternidade; serão doutores e doutoras da alma, quem sabe, livrando muitas pessoas da depressão. Muita gente só precisa de alguém que as escute e não será preciso nenhuma palavra de volta.
Ouça mais, fale menos e pratique na medida!
Rev. Adi Éber Pereira Borges†
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