Hospital que atende região de Araçatuba expande hemodiálise e abre 60 novas vagas no Dia Mundial do Rim

Foda divulgação
Da redação Diego Alves
No Dia Mundial do Rim, comemorado nesta quinta-feira (13), o Hospital do Rim, unidade referência em tratamento renal para 40 cidades da região de Araçatuba, recebe dois importantes investimentos que vão abrir mais 60 vagas para pacientes que precisam de hemodiálise, elevando para 394 o número de pacientes renais crônicos em tratamento, um crescimento de 17,96%.

Em evento que contou com a presença de autoridades, da diretoria da Santa Casa e de integrantes da equipe multidisciplinar do Hospital do Rim, foi oficializada a conclusão das obras de expansão do sistema de osmose reversa, processo de filtragem que separa a água de sais minerais e outras impurezas e fornece água de alta pureza necessária à realização das sessões de hemodiálise, terapia substitutiva que realiza a filtragem do sangue, função que os rins comprometidos não fazem em pacientes acometidos pela Doença Renal Crônica (DRC).
A expansão do sistema de tratamento era crucial para fazer andar a fila com aproximadamente 50 pessoas, dentre as quais 10 de Araçatuba que precisam viajar três vezes por semana para Ilha Solteira e Lins para fazer hemodiálise e 12 internadas apenas para garantir as sessões semanais, fator que acarreta desgaste emocional nesses pacientes e ocupa leitos que fazem falta para atender às demandas diárias do hospital. Os demais são pacientes de outras regiões e dependem da garantia de vagas no Hospital do Rim para consolidar suas mudanças para Araçatuba e cidades da região. As obras e os equipamentos da expansão custaram R$ 150 mil e foram custeados pelo UniSALESIANO através de recursos do Programa Mais Médicos.
As novas vagas vão atender à demanda reprimida e situações pontuais de pacientes renais de outras regiões que, em trânsito, precisam de hemodiálise. A diretoria da Santa Casa de Araçatuba vai locar com recursos próprios mais máquinas. Com o investimento, o total de máquinas em operação e para substituição quando necessário passará de 70 para 85.
Reprocessadoras
O Hospital do Rim também recebeu oficialmente hoje cinco reprocessadoras automáticas que fazem o reprocessamento de filtros dialisadores (capilares) utilizados pelos pacientes crônicos em terapia de hemodiálise. De última geração, os equipamentos realizam procedimentos que possibilitam a reutilização de capilares por até 20 sessões com segurança. Pelo método manual, o reaproveitamento é de no máximo 10 vezes.
“Além de melhorar a qualidade dos procedimentos para reutilização, as máquinas vão reduzir o custo de cada sessão de hemodiálise”, informa o nefrologista Akiyoshi Ugino. De acordo com o médico, que integra a equipe de especialistas do Hospital do Rim, o SUS paga R$ 241,00 por sessão de hemodiálise. Somente com os capilares, a Santa Casa precisa investir R$ 80 por sessão. Com a reutilização proporcionada pelas reprocessadoras, o hospital vai economizar R$ 10 por sessão. Com mais de 8 mil sessões realizadas mensalmente pelo Hospital do Rim, a economia será de R$ 80 mil.

As novas reprocessadoras custaram R$ 150.000,00 e foram doadas pelo Lions Clubs International Foundation que, através da presidente Carmen Lúcia Bin Marinho. O clube atendeu pedido feito no ano passado pelo dr. Akiyoshi Ugino, que também realiza junto aos clubes de serviços e autoridades um trabalho de divulgação das necessidades do Hospital do Rim. No ano passado, por exemplo, o Rotary Club Alvorada de Araçatuba doou, a pedido de Ugino, cadeira de rodas, lençóis, televisores e colchões para utilização pelos pacientes renais.
Transplantados
A atuação da equipe médica do Hospital do Rim não se limita a diagnosticar pacientes renais crônicos em atendimentos no Ambulatório de Nefrologia e a acompanhar a difícil via da hemodiálise, único recurso para manter vivos os pacientes com funções renais prejudicadas pela Doença Renal Crônica, mal que, de acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia, atinge mais de dez milhões de brasileiros.
Dentre os médicos, também é realizado um trabalho para monitoramento que sustenta a esperança de homens e mulheres de todas as idades, incluindo adolescentes e crianças: colocar na lista de transplantes renais pacientes aptos a receber um rim doado, na maioria dos casos, por familiares de pacientes com morte encefálica comprovada. A pouca oferta do órgão torna a espera lenta e angustiante. O rim é o órgão com maior demanda dentre os pacientes que aguardam por transplante, somando 31.541 pacientes no país, dos quais 1.175 são crianças
Dos pacientes atendidos pelo Hospital do Rim, 70% têm perfil para entrar na fila nacional de espera por um rim”, afirma o nefrologista Guilherme Ugino da equipe médica do Hospital do Rim. Nos anos pós-pandemia do coronavírus, o Hospital do Rim registrou médias que variam de 11 a 16 pacientes encaminhados para transplantes realizados com maior frequência no Hospital Estadual de Botucatu.
No Dia Mundial do Rim, a equipe médica fez questão de levar para o evento alguns das dezenas de pacientes que o transplante renal libertou das máquinas de hemodiálise. Dentre eles, o advogado Pedro Chagas. Atual presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, seção de Araçatuba, ele recebeu um rim saudável em transplante realizado em 2022 sem intercorrências. Também participaram do encontro, os transplantados Fernando Vieira
(2021), Wesley Junior (2024) e Cleverson Hamilton (2025).
História
Tratar pacientes da Doença Renal Crônica é uma das vocações da Santa Casa de Araçatuba em um ciclo que começou em 1987 com apenas seis máquinas de hemodiálise instaladas em um pequeno núcleo do primeiro andar da torre principal. O trabalho pioneiro realizado pelos médicos Akiyoshi Ugino, Luiz Cláudio Lima e Sérgio Smolentzov, que já atuava no hospital desde 1976 como clínico geral, deu o primeiro salto nos anos 90 com a transferência para o pavimento térreo, área onde hoje funciona a UTI Adultos 1. Já na condição de Unidade de Nefrologia, tinha 18 máquinas, 120 pacientes e fazia em média 1,5 mil sessões de hemodiálise/mês.

Com o avanço da DRC na região atendida pela Santa Casa de Araçatuba, o governo do Estado transformou a Unidade de Nefrologia no moderno Hospital do Rim. Inaugurado em 2014, o HRim começou com 27 máquinas para diálise, 180 pacientes e média de 1,8 mil sessões de hemodiálise por mês. Em 2019, os números saltaram para 50 máquinas e 250 pacientes.
Em 2024, as estatísticas da unidade comprovaram o aumento na quantidade de doentes que precisam da terapia substitutiva, a excelência da equipe multidisciplinar e a versatilidade da estrutura para acolher as novas demandas. Ao todo, são 334 pacientes e 70 máquinas, ou seja, 288,89% a mais em relação às 18 existentes no antigo endereço. Foram realizadas no passado 50.873 sessões de hemodiálise, 92,81% das quais para pacientes do SUS. Por ano, também são feitas em média 2,4 mil consultas médicas a pacientes pré- renais dos 40 municípios da região de Araçatuba.
O prédio do Hospital do Rim tem estrutura para a realização de transplantes, incluindo UTI específica a transplantados.










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