Pioneira na enfermagem da Santa Casa de Araçatuba, Neusinha encerra ciclo no hospital após 63 anos de trabalho
Fotos divulgação
Da redação Diego Alves
Neusa Rodrigues Lopes foi contratada pelas freiras em fevereiro de 1962, época em que o hospital funcionava em apenas um pavilhão; viu a construção da torre com oito pavimentos e a transformação do hospital que atendia somente a população de Araçatuba em referência de alta complexidade para quase 1 milhão de habitantes de 40 cidades da região

Após 23.295 dias de trabalho, a auxiliar de enfermagem Neusa Rodrigues Lopes deixou a Santa Casa de Araçatuba. Com a trajetória mais longeva da história da instituição, Neusinha, como é carinhosamente chamada, participou diretamente da criação do Banco de Sangue, um dos primeiros avanços do hospital, e da transformação da unidade em Agência Transfusional, ocorrida em 2006. Indiretamente, participou de todas as evoluções ocorridas em 63 anos.
Quando Neusinha foi contratada para trabalhar como auxiliar de enfermagem, em 14 de fevereiro de 1962, o hospital tinha 25 anos e a estrutura física se resumia ao pavilhão que deu origem ao hospital em 1937, onde eram praticadas atividades de enfermagem para pacientes que em sua grande maioria eram “indigentes”, denominação dada na época aos doentes sem cobertura pelo antigo INPS (Instituto Nacional de Previdência Social), política previdenciária que vigorou até a criação do Sistema Único de Saúde em 1988.
Contratada pelas freiras do Apostolado da Ordem do Sagrado Coração de Jesus, que gerenciava os setores de assistência até o fim da década de 80, Neusinha trabalhou inicialmente na equipe de enfermagem da irmã Zoé. Efetivada posteriormente no Banco de Sangue, logo se destacou por sua agilidade em coletar sangue dos pacientes internados para a tipificação necessária a transfusões e em doadores que compareciam voluntariamente à unidade; pela organização das bolsas para análises clínicas em Bauru e por procedimentos para transfundir em pacientes internados.

O Hospital Sagrado Coração de Jesus, que atendia apenas pacientes de Araçatuba, cresceu e foi transformado em referência de alta complexidade para 40 cidades da região, processo que também contou com o trabalho e a dedicação de Neusinha. Até há alguns anos, ela percorria com agilidade os imensos corredores que separam a agora Agência Transfusional de todos os setores de assistência do complexo hospitalar. “A rapidez do nosso trabalho faz a diferença no sucesso do tratamento e na luta para salvar a vida de pacientes graves”, definiu Neuzinha, que sempre se destacou pelo comprometimento, bondade e carinho no trato com os pacientes, colegas de trabalho e chefias.
Servidora disciplinada em relação aos planos de trabalho das diretorias que estiveram na gestão da instituição em mais de seis décadas, Neusinha é lembrada por sua lealdade à instituição e aos diretores. Ela trabalhou para dez provedores, de Carlos Castro Neves (1955-1980) a Éverton Santos, que assumiu a diretoria executiva em julho deste ano. Sua longeva jornada alcançou seis gerações de pessoas nascidas no hospital, a chegada e a aposentadoria de dezenas de médicos, centenas de profissionais das várias áreas e a formação de incontáveis novos profissionais.
“A Neusinha é a colaboradora que mais contribuiu para a Santa Casa de Araçatuba. São 63 anos de amor, de entrega. Quando entrei para trabalhar no hospital, há bastante tempo, ainda menino, cheio de sonhos, medos, incertezas, já via a dona Neusinha trabalhando, andando por esses corredores, fazendo com que a máquina administrativa e assistencial continuasse funcionando em prol daquele que é o nosso objetivo maior, o paciente”, afirmou o provedor dr. Éverton durante a solenidade.

Optante do Plano de Demissão Voluntária (PDV), estratégia de reestruturação instituída na Santa Casa de Araçatuba para incentivar colaboradores com mais de dez anos de trabalho a pedirem demissão, Neusinha, na manhã do último dia 9, encerrou um ciclo de 63 anos e 10 meses de trabalho e foi homenageada pela referência de dedicação que será para sempre. A solenidade contou com a participação de dezenas de colegas de trabalho, da diretoria executiva, de seu esposo Nelson Lopes Olier, seu filho Luiz Henrique Rodrigues e outros familiares. “ Decidi optar pelo PDV por ver nele a oportunidade de poder descansar ao lado dos meus familiares e recebendo os benefícios e incentivos oferecidos pela Santa Casa”, afirmou Neusinha ao explicar porquê decidiu aceitar a proposta de acordo em vigor na instituição.




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