Artigo Reflexão: Da escuridão para a luz – Páscoa

Por: Rev. Adi Éber Pereira Borges†

“Mas o anjo, dirigindo-se às mulheres, disse: Não temais; porque sei que buscais Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui; ressuscitou, como tinha dito. Vinde ver onde ele jazia”.
Mateus 28.5-6

Lá se vão altas horas da madrugada; tudo escuro, um silêncio sepulcral, e apesar do clima estar bom, nem frio, nem calor, levantar da cama não está nos planos, não há nada convidativo para isso. Tudo parece melancólico, até os pensamentos são vagos, rápidos e superficiais. Ao abrir os olhos não se vê nada, então, fecha-se novamente, vamos tentar dormir.

Mais alguns minutos se passam, a necessidade fisiológica aumenta e se torna inevitável o levantar-se. Tateando no escuro, tenta-se chegar ao local inconveniente. Acerto? Só o dedão direito acertando o pé da cama. Dor, raiva, chateação e uma vontade enorme de xingar. Controle-se…

Na escuridão da alma, muitas vezes é isso que acontece; horas se vão na melancolia e na indiferença com a vida, horas brigando, enervando-se e nem sempre o auto controle é exercitado. A necessidade da luz é evidente e urgente.

A Luz divina veio iluminar o mundo e a existência humana, veio colocar às claras aquilo que precisávamos enxergar e adquirir a consciência de quem pode nos direcionar para uma convivência social sadia. Mas, nós humanos, não compreendemos muito bem; aquela Luz nos incomodou e preferimos tentar apagá-la sufocando-a dentro de uma gruta fechada e abafada.

Mas como já disseram os poetas bíblicos, onde a Luz está a escuridão não prevalece. A Luz ganhou força, irrompeu-se movendo a grande pedra e naquela manhã, após cumprir o prazo de extrema escuridão existencial, a Luz voltou a brilhar, e com força total iluminou a vida e o caminhar daqueles e daquelas que se deixaram iluminar por ela.

Na celebração da Páscoa, há um destaque especial para a luz, pois, ressuscitando na madrugada escura, Jesus é a Luz das nações que no dia é coluna de nuvem e na noite coluna de fogo que nos guia em nossos desertos. Sua luz brilha em meio às trevas da opressão mundana e ilumina também as trevas presentes em nossas mentes e corações.

As noites já não precisam ser melancólicas e desprovidas de alegrias, mas podemos colocar nossas cabeças no macio travesseiro e descansar em paz. Cristo, a Luz do mundo ressuscitou, aleluia!

Não precisamos ter medo, como disse o anjo, o túmulo está vazio, nossos irmãos e irmãs do passado viram, e agora, nós, só precisamos crer e celebrar com alegria o domingo mais importante para a nossa fé. A ressurreição reveste de todo sentido a nossa fé e dá o tom da nossa esperança.

A escuridão já passou, agora caminhamos pela Luz de Deus. Aleluia!

Rev. Adi Éber Pereira Borges†