EX-VEREADOR PAQUINHA É CONDENADO A 7 ANOS E 10 MESES DE PRISÃO PELA RAIO-X
O ex-vereador José Roberto Merino Garcia, o Paquinha, de Birigui (SP), foi condenado a 7 anos, 10 meses e 15 dias de prisão no regime inicial semiaberto em mais uma sentença proferida pela Justiça de Birigui referente ao processo da Operação Raio-X, deflagrada pela Polícia Civil de Araçatuba em setembro de 2020.
A decisão do juiz da 1ª Vara Criminal, Adriano Pinto de Oliveira, é do dia 1º deste mês e a mesma sentença foi imposta a outros sete réus: Fernanda D’Angelo Contardi, Matheus Doná Frederico, Messias Marques Rodrigues, Monize Chagas dos Santos, Odair Lopes da Silveira, Rafael Correia Oliva e Thalles Henrique Vicentini.
Também foram condenados Moizes Constantino Ferreira Neto e Regis Soares Pauletti. Porém, para eles a pena de cada um é de 13 anos, 8 meses e 15 dias de prisão, em regime inicial fechado.
Crimes
Paquinha e os outros sete réus foram condenados por integrar organização criminosa, são primários e apresentam as mesmas circunstâncias judiciais para efeitos de fixação das penas. Os outros dois réus também são primários, mas foram condenados pelos crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro.
A reportagem apurou que para a Justiça, ficou comprovado a organização criminosa investigada na Operação Raio-X era complexa, orquestrada e praticou manobras ilícitas para enganar os órgãos de fiscalização do dinheiro público.
O grupo seria estruturado e especializado em desviar dinheiro público em quantias milionárias, mediante contratos com o poder público, os integrantes teriam tentado impedir as investigações.
Paquinha
Paquinha foi um dos réus que teve a prisão temporária cumprida durante a Operação Raio-X. Ele chegou a ficar no CR (Centro de Ressocialização) de Araçatuba até obter o direito de responder ao processo em liberdade, em dezembro de 2020.
Ele foi acusado de receber R$ 5 mil mensais para defender os interesses do suposto grupo criminoso liderado pelo médico anestesista Cleudson Garcia Montalli, condenado a mais de 200 anos de prisão, somando as penas da Justiça de Birigui e de Penápolis.
O ex-parlamentar exercia o mandato quando foi preso e duas semanas depois teve a vaga na Câmara de Birigui ocupada por Aladim José Martins (PTB). Mesmo respondendo a processo ele concorreu nas eleições de 2020 e recebeu 68 votos, segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Operador
Já Regis Soares Pauletti é apontado como operador financeiro das OSSs investigadas e não foi encontrado quando foi deflagrada a operação para cumprimento dos mandados em 29 de setembro de 2020. Porém, foi preso dias depois ao se apresentar no 96º DP (Distrito Policial) no Brooklin, bairro nobre da capital paulista.
Ele pertenceria ao núcleo administrativo do grupo e atuaria de maneira ampla defendendo os interesses da organização para expandi-la. Segundo a denúncia, Pauletti estaria relacionado a várias situações de desvio de dinheiro e seria um dos beneficiários diretos do esquema, conforme comprovantes de depósitos bancários identificados pela investigação.
Ele também seria o responsável por pagar as despesas da fazenda que pertenceria a Cleudson, no Estado do Mato Grosso do Sul, e que foi leiloada no mês passado por determinação da Justiça de Birigui.
Outro processo
Em agosto do ano passado, foi cumprido no Pará mais um mandado de prisão preventiva contra Pauletti, em decorrência do inquérito Polícia Civil de Araçatuba compartilhado com a Polícia Federal de lá. O órgão responsável pela investigação devido às supostas fraudes estarem relacionadas a contratos com o governo daquele Estado.
Fonte: Hoje mais Araçatuba